sábado, 28 de outubro de 2017

A Chegada da VBTP-MR 6X6 “GUARANI” e seu aprestamento junto as unidades de Cavalaria Mecanizada


Por: Igor Saucha

Em 2014, o 16º Esqd C Mec (Esquadrão de Cavalaria Mecanizado), sediado em Francisco Beltrão, Paraná, recebeu as primeiras VBTP-MR (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média de Rodas) 6X6 “GUARANI", no contexto da criação da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, na qual encontra-se inserido. Relevantes mudanças foram exigidas da tropa no que diz respeito à manutenção e à instrução. Como resultado positivo, a Subunidade sofreu uma importante oxigenação de seus quadros, renovando entusiasmos e integrando pensamentos na direção do profissionalismo.

Figura 1

No âmbito da operação do novo meio, as novas exigências do projeto fizeram nascer cursos e estágios. As primeiras capacitações foram realizadas no 33º BI Mec (Batalhão de Infantaria Mecanizado), na cidade de Cascavel através de treinamentos específicos para motoristas e comandantes de carro. A atividade proporcionou uma rica troca de informações e experiências entre militares de Cavalaria, habituados com meios mecanizados, e militares da recém nascida Inf Mec (Infantaria Mecanizada).


A modernização da viatura orgânica do Grupo de Combate do Pelotão de Cavalaria Mecanizado trouxe importantes reflexões sobre organização e preparo da fração. No que diz respeito à organização, a experiência e a criatividade dos militares do Esquadrão foi crucial para pensar formas de acondicionar e adaptar todo o material de dotação previsto para a fração. Uma das saídas encontradas, inspirada em iniciativa do 17º RC Mec (Regimento de Cavalaria Mecanizado), foi a instalação de travessas de madeira nas laterais do carro para acondicionamento e ancoragem de material individual (fardo de combate). A figura 1 mostra um dos blindados com travessas de metal instalas, nas laterais, utilizando-se os parafusos de aplicação do add-on (blindagem adicional).


Segundo definição do Caderno de Instrução de Aprestamento e Apronto Operacional, EB70-CI- 11.404, apronto operacional é a “Condição de preparo em que uma OM terrestre está pronta para ser empregada em missão de combate, com todo o seu equipamento, armamento, viaturas, munições, suprimentos e demais fardos de material”. Este é um importante conceito a ser analisado dentro da reflexão sobre o material que deve ser acondicionado na VBTP. No caso do 16º Esqd, a instalação das travessas foi muito bem recebida e empregada pelo 16º Esqd C Mec desde o segundo semestre do ano de 2016, o que iniciou a solução de um problema que estava, há tempos, gerando debates, ou seja, onde acondicionar o fardo de combate.

Figura 2

Orientando a análise pela definição apresentada no Caderno de Instrução de Aprestamento e Apronto Operacional, deparamo-nos com outra questão, qual seja: onde empaiolar a munição empregada pelo SARC (Sistema de Armas Remotamente Controlado)? Nesse escopo, e, embora contando com a inventividade e experiência de militares em contato com o novo MEM (Material de Emprego Miliar), o escritório do DCT (Departamento de Ciência e Tecnologia) em Santa Maria publicou o Projeto de Alocação da Dotação Orgânica na VBTP-MR 6X6 “GUARANI”, em 31 de março de 2015. Esse documento contém importantes sugestões para mudanças de configuração e alocação de materiais necessários para o emprego da tropa embarcada. 

Figura 3
As figuras 2 e 3 mostram ilustrações sugerindo uma mudança no roteamento dos difusores do sistema de ar condicionado, o que possibilitaria criação de espaço para empaiolar considerável quantidade de munição. Sendo a VBTP-MR 6X6 “GUARANI” um projeto novo, cabem ainda diversos ajustes que, orientados por conceitos básicos contidos no manual já citado, e contando com a inventividade daqueles que trabalham diretamente com o carro podem fazer uma diferença bastante positiva no futuro próximo. A experiência do 16º Esqd C Mec, como única unidade de Cavalaria inserida numa Brigada de Infantaria, tem mostrado ser possível fazer adaptações e trocar experiências com a recém nascida Infantaria Mec no sentido de distanciar a iniciativa do improviso e fazer a operação caminhar ao lado do profissionalismo.


AÇO!

Igor Saucha – Cap
Instrutor do CI Bld
Ádamo Luiz 
Colombo da Silveira – Cel
Comandante do Centro de Instrução de Blindados

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