Por: Redação OD
A
mensagem de um militar do Força Aérea Brasileira (FAB), enviada
pouco antes de seguir para uma área do Haiti que estava na rota do
furacão Irma, emocionou familiares e amigos. O autor, o coronel da
Infantaria da Aeronáutica Moreira Lima, integra as tropas nacionais
que estão no país caribenho. A Missão das Nações Unidas para a
Estabilização no Haiti (Minustah) terminou no último dia 1º,
mas os próprios militares pediram autorização à Organização das
Nações Unidas (ONU) para seguir atuando na região, justamente para
ajudar os atingidos pela tempestade.
"A
tropa brasileira se deslocou para o Norte do país, onde o furacão
passará. Podem me perguntar: 'Mas por que foram para o olho do
furacão?'. A resposta é simples: somos militares e se é lá que o
bicho vai pegar, é lá que temos que estar", afirma o coronel
na mensagem, enviada por WhatsApp. "E, desta forma, os militares
brasileiros lá se encontram, alojados em contêineres, arriscando
suas vidas, com o objetivo de socorrer o povo haitiano, mais uma
vez", completa. Depois
de explicar aos amigos e familiares sobre o encerramento da missão,
Moreira Lima afirma:
"Mesmo assim, o general de divisão Ajax
[Porto Pinheiro, comand da ante da Minustah] tomou a decisão de
solicitar às Nações Unidas autorização para que os militares
permanecessem no Haiti e se deslocassem para a região norte do país,
que será afetada pelo Irma, para prestar ajuda humanitária imediata
àquela população sofrida". A
extensão das operações das tropas brasileiras foi autorizada
também pela Ministério das Relações Exteriores. Em nota, o
Itamaraty afirma que as tropas foram deslocadas preventivamente para
a região que deve ser atingida pelo furacão, "de forma a
minimizar seu impacto por meio da orientação à população e
prestação de ajuda humanitária imediata". Ainda na nota, a
pasta diz que o governo acompanha com atenção as notícias sobre a
passagem da tempestade pelo país caribenho e "reafirma sua
solidariedade ao povo e ao governo do Haiti".
"Receio do desconhecido"
Em
outra mensagem outro
militar, não identificado, diz que as tropas brasileiras devem
partir para as áreas atingidas pelo furacão na manhã desta
sexta-feira (8/9). A equipe seria composta 1.195 soldados, divididos
em um batalhão de infantaria, duas companhias de engenharia (sendo
uma brasileira e outra paraguaia) e três helicópteros. "A
tropa está bem motivada, mas eu noto uma certa preocupação, medo,
nos soldados. No entanto, eles reagem bem. É natural. A força que
se aproxima é descomunal. Temos receio do desconhecido. Mas, nessa
hora, Ele tem que dar uma forcinha. Que Deus ajude o Haiti",
conclui a mensagem.
Irma
O
furacão de categoria cinco — a maior possível — chegou ao Haiti
por volta das 19h desta quinta-feira (7/9). Perto de Cabo
Haitiano, duas
pessoas ficaram feridas com a queda de uma árvore sobre sua casa.
Já na comunidade de Ouanaminthe, na fronteira com a República
Dominicana, as águas subiram cerca de 30 centímetros. As últimas
previsões dão conta de que ele deve passar um pouco mais ao norte
do Haiti do que o inicialmente estimado, o que poderia diminuir seu
impacto sobre o país caribenho. Na
quarta-feira (6/9), a tempestade atingiu Antígua e Barbuda. Depois,
passou por São Martin e Ilhas Virgens, e seguiu seu trajeto em
direção a Porto Rico, República Dominicana e Haiti. O trajeto
exato do centro do furacão é incerto, mas a expectativa é que sua
passagem pelo Caribe tenha impactos também em Cuba, embora com menos
intensidade.
Segundo
o Centro Nacional de Furacões do governo dos Estados Unidos, o Irma
está entre os cinco mais poderosos furacões do Atlântico dos
últimos 80 anos, e é o mais forte do oceano a sair do mar do Caribe
e do Golfo do México e atingir a costa. O fenômeno já atinge 295
quilômetros por hora durante os picos. No
final de semana, o furacão deve passar pela região que abrange
Flórida, Porto Rico e Ilhas Virgens. O Irma pode ser pior do que o
furacão Andrew, que devastou a Flórida em 1992. Ele é o segundo
furacão de grande intensidade a atingir o sul dos Estados Unidos
nesta temporada, depois do Harvey, que provocou destruição no Texas
e deixou mais de 60 mortos e prejuízos de US$ 180 bilhões.
FONTE: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário