Por: Redação OD
O braço naval das
Forças Armadas irá realizar na cidade de Póvoa de Varzim uma cerimónia militar
e com algumas atividades paralelas com a comunidade local em alusão aos 700
anos de sua Armada. Sendo assim a Marinha, que após três anos de fortes
agitações internas, celebra no dia de hoje (20/05) o seu aniversário num
ambiente de pacificação que, mesmo se pouco consolidado, concretiza um dos
objetivos assumidos pelo almirante Silva Ribeiro ao assumir, há meio ano, o
cargo de chefe do Estado-Maior do ramo.
O ano de 2016 foi
marcado por notícias, declarando que a "Marinha teria travado uma ‘conspiração’
de almirantes" e que haveria um "Almirante sendo investigado por
negócios suspeitos", traduzindo guerras de poder internas e dando azo a
exonerações e processos judiciais, o novo chefe da Marinha esvaziou a tensão
existente com a decisão de anular - fato inédito num ramo secular, que invocava
"poderes discricionários" do chefe para demitir subordinados até o
tribunal vir explicar que não - o despacho de exoneração de um vice-almirante.
A decisão revogou
ainda os efeitos administrativos da medida de seu antecessor, Macieira Fragoso,
e recolocou o vice-almirante Rocha Carrilho num cargo compatível com o posto de
três estrelas. Argumento invocado? Ser "no presente momento a medida que
melhor serve os interesses da Marinha", enfatizou Silva Ribeiro,
condecorando em paralelo a mulher do antecessor e nomeando-o para presidir a
duas comissões eventuais.
"Estou
extremamente satisfeito com a coesão e com o empenho coletivo que tem sido
evidenciado por todos os que servem Portugal na Marinha. Militares,
militarizados e civis estão unidos e determinados em contribuir para o
cumprimento da missão e para que o mar se constitua como um fator de
desenvolvimento, de progresso e de bem-estar para os portugueses", frisa
Silva Ribeiro.
O
capitão-de-mar-e-guerra Jorge Silva Paulo reconhece que "há
pacificação", mas ressalva que "é sobretudo uma imagem de
pacificação" para o exterior. "A pacificação tem dois lados" e
agora a Marinha "transmite a ideia que as coisas estão a funcionar com mais
entendimento", adiantou o oficial, que mantém o diferendo judicial com
anteriores responsáveis do ramo. Outra fonte, ouvida
sob anonimato, adianta: "O despacho (a anular a exoneração de Rocha
Carrilho), pelo menos, fez com que deixasse de haver ruído mediático sobre um
assunto que afetava as instituições" militares e políticas.
Celebração alargada a todo o país
A cerimónia militar
de hoje, na Póvoa de Varzim, assinala também - é aliás o tema central das
comemorações - os 700 anos do decreto com que D. Dinis concedeu o título de
almirante-mor ao genovês Manuel Pessanha e está na origem da criação da Marinha
de guerra. O ambiente de
festa, alargado a Vila do Conde, é reforçado pela "grande interação com a
comunidade local", segundo o programa divulgado. Batismos de navegação,
atividades desportivas, exposições, navios e museus abertos ao público,
atuações musicais, são algumas das iniciativas que marcam o Dia da Marinha em
vários pontos do continente e ilhas.
Os cidadãos podem contatar
com vários dos meios operacionais (ver infográfico) com que a Marinha garante a
defesa militar da República no mar, suporta a política externa em missões
internacionais e ações de cooperação técnico-militar ou apoia as autoridades
civis e policiais com que o Estado exerce a sua autoridade em tempo de paz e
fora do estado de sítio.
FONTE: Diário de Notícias (Pt)
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