Submarino de classe Akula nas águas de Vladivostok |
Por: Redação OD
A intensidade das operações de submarinos russos no oceano
Pacífico é a maior em décadas, segundo o relatório “O reequilíbrio asiático da
Rússia”, do Instituto Lowy de Política Internacional, na Austrália. Além disso,
pela primeira desde a Guerra Fria, a frota russa dispõe de submarinos mais
silenciosos e com armas mais poderosas.De acordo com o estudo australiano, a
guinada da Rússia em relação à Ásia provocou uma renovação em grande escala da
Frota do Pacífico do país, que durante a próxima década atingirá seu maior
número em termos de recursos navais.
“Foram incorporados a esta nova frota submarinos mísseis
balísticos de nova geração, o que dará um grande impulso às aspirações de projeção do
potencial de Moscou na região”, lê-se no documento do Instituto Lowy. Segundo o
analista militar russo Dmítri Gorenburg, a frota do Pacífico poderá se tornar
“a maior frota da Rússia durante a próxima década devido à crescente
importância geopolítica da região e à concentração de poderes navais nessa
área”.
Troca de foco
Submarino da classe Typhoon Foto: Bellona Foundation/wikipedia |
Durante
a Guerra Fria, a Marinha soviética era conhecida por suas armas poderosas, como
o submarino da classe Typhoon. Com um deslocamento de 48 mil toneladas, era
quase tão grande quanto um porta-aviões e ofuscava o maior submarino da Marinha
norte-americana com uma margem de 20 mil toneladas. Além disso, podia lançar
200 ogivas nucleares contra cidades e instalações militares do inimigo em um
único bombardeio. Agora, no entanto, a prioridade é expandir a frota,
especialmente com submarinos da
classe Borei.
Embora tenha metade do tamanho do Typhoon, o Borei é um grande
avanço em relação à escola soviética de construção de submarinos. A classe
Borei representa a nova geração de submarinos russos extremamente silenciosos.
É mais barato e exige menos membros da tripulação, sem perder em potencial de ataque:
é capaz de lançar entre 16 e 20 mísseis nucleares com até oito ogivas
reorientadas de forma independente. “A expectativa da Rússia é substituir seus
submarinos da Guerra Fria com um total de 12 submarinos de mísseis balísticos
Borei”, afirma Gorenburg.
Potencial e proteção
Oscar, o maior submarino de ataque do mundo depois das classes Akula e Borei Foto: Reuters |
O
aumento de tamanho, poder de fogo e alcance dos submarinos russos está em
sintonia com as novas tecnologias desenvolvidas na Rússia. Durante a Guerra
Fria, a Marinha dos EUA ostentava submarinos muito mais silenciosos que o governo
soviético nunca se preocupou em refutar. No entanto, com a abertura da Rússia,
o poderia militar foi descobrindo as verdadeiras capacidades de seus
submarinos. Em declaração recente à CNN, o almirante Mark Ferguson, comandante
das Forças Navais dos EUA na Europa, admitiu que Moscou está criando novos
submarinos mais difíceis de controlar e detectar pela Marinha dos Estados
Unidos, “Eles são mais silenciosos, mais bem armados e têm alcance maior”,
disse Ferguson.
“Vemos que os russos têm sistemas de armas mais avançados,
sistemas de mísseis que podem atingir regiões distantes, e também vemos que sua
habilidade de operação está melhorando à medida que se afastam de suas águas”,
completou. Uma reportagem do veículo militar norte-americano “Strategy Page”,
publicada em fevereiro de 2015, relata que, “no início de 2014, os
especialistas em detecção de submarinos da Marinha dos EUA ficaram assustados
quando um navio russo de reconhecimento eletrônico da classe Vichnia foi
avistado várias vezes a partir da costa leste da Flórida, próximo a diversas
bases de forças aéreas navais e submarinos. O Vichnia avistado da Flórida
estava acompanhado por um rebocador. Ambos os navios utilizavam portos cubanos
para se reabastecer.
Perspectivas futuras
Navio de Guerra da Classe Vichnia atracado no porto de Havana, Foto: AFP |
Atualmente
planeja-se desenvolver uma classe de submarinos nucleares multifunção, com o
objetivo de construir uma versão mais barata e de menor tamanho da classe Iasen. Este seria um submarino de ataque
com menos armamento quando comparado aos veículos da classe Virginia
norte-americanos. A Marinha russa espera começar a construção desses submarinos
ainda em 2016, e a previsão é que sejam fabricadas entre 16 e 18 unidades. Embora
a Marinha dos EUA disponha de um estoque de 53 submarinos, este número cairá
para 41 unidades no final da década de 2020 devido a cortes no orçamento.
FONTE: Gazeta Russa
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