quinta-feira, 25 de agosto de 2016

As Mulheres militares do Exército Brasileiro que atuam na segurança dos Jogos Rio2016


Por: Redação OD
Tropas com milhares de homens desembarcaram na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para os Jogos Rio 2016. Junto com elas, cerca de 80 militares do segmento feminino atuam nas mais diversas funções: 35% delas cuidam da parte administrativa, enquanto 65% são da área de saúde. Todas tiveram a rotina de trabalho adaptada para a missão. Elas têm as mais diferentes histórias, mas, em comum, está o orgulho por participar de um evento tão grandioso. A 3º Sargento Nathiele Resende Santos era voluntária para trabalhar para o Comitê Rio 2016 e estava no recrutamento um pouco antes de ingressar no Exército: “Eu queria muito poder participar dos Jogos, pois é um evento único”. A Sargento já havia desistido da seleção, quando descobriu que poderia vir como militar. “Assim que surgiu a possibilidade, eu logo me voluntariei. Fiquei muito feliz com a oportunidade”.


Mais do que uma boa experiência, o orgulho de colaborar com um evento tão grandioso e ter a responsabilidade de participar da segurança animou a 3º Sargento Mariana Monteiro do Nascimento. “Eu sou carioca, mas faz três anos que deixei o Cidade. Quando estava vindo para a missão e entrei no Rio de Janeiro fiquei muito emocionada. Não só por voltar, mas porque eu estava vindo pra ajudar em um trabalho internacional na minha Terra.” A tropa que guarnece a região da Barra da Tijuca veio de São Paulo e do Paraná e, junto, veio toda a infraestrutura para a manutenção do pessoal no terreno. Longe dos quarteis e de suas casas, as mulheres da tropa, assim como os homens, tiveram que se adaptar à nova rotina. Eles deixaram de ter hora para iniciar e finalizar o expediente, abriram mão dos finais de semana e passaram a morar no trabalho.

Para enfrentar a rotina exaustiva pela qual passariam, os militares submeteram-se a treinamentos operacionais e psicológicos, como conta a 3º Sargento Ana Paula da Silva Siqueira: “Já chegamos aqui sabendo como seria. Tudo foi estudado e preparado. O mais complicado foi adaptar-se ao dia a dia. Eu achei que a operação seria até mais difícil do que realmente está sendo”. Para a 3º Sargento Catia da Silva Cherem Franca, não é a primeira vez que ela participa de uma missão importante como essa. A militar atuou durante as atividades no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, assim como outros combatentes que a acompanham. Para ela, a experiência anterior ajudou a tratar as missões operacionais com mais naturalidade e sem medo: “Quando eu entrei no Exército, já sabia que seria empregada em situações adversas. Fui treinada para isso. No começo assustou, mas, hoje, vejo que o medo nos ajuda a manter os pés no chão e a não achar que podemos tudo”.

As auxiliares de saúde saem às ruas para as patrulhas a pé e motorizadas. Além de atuarem como técnicas em enfermagem, elas são revistadoras femininas. A 3º Sargento Siqueira conta sobre a sua rotina: “Ainda não precisei revistar ninguém, mas sempre faço atendimento, principalmente, dos estrangeiros que passam mal”. O trabalho nas ruas têm forte ligação com a população e a interação é muito positiva: “As mulheres chamam mais a atenção, porém, o olhar é de admiração. Muitas pessoas ficam surpresas ao me ver, pedem para tirar foto e perguntam sobre o meu trabalho”. Assim como a 3º Sargento Siqueira precisou adaptar-se às atividades da tropa, os combatentes também precisaram ajustar-se à convivência com as mulheres. “Não há diferença entre trabalhar com homens ou mulheres. O tratamento é igual quanto à cobrança de postura e quantidade de missões, contudo, elas são mais sensíveis."

A saudade dos familiares é uma queixa recorrente entre os militares envolvidos nas missões dos Jogos. A 3º Sargento Ana Karina de Oliveira tem dois filhos que estão com a mãe dela em Lorena, interior de São Paulo. Além de administrar as atividades diárias, a Sargento precisa dar atenção aos filhos: “Eu converso com eles todos os dias. Eles ficam tristes, mas procuro não dramatizar. Falo que estou trabalhando, que estou feliz e que é para eles terem orgulho da mãe, que está em uma missão internacional”. Para driblar os obstáculos, nas horas vagas elas procuram, além de falar com os familiares, ir à academia e cuidar do visual. A 3º Sargento Bianca Cardoso da Rosa trouxe de Caçapava, interior de São Paulo, todo tipo de produto para não descuidar do visual: “Eu tenho o kit de manicure, de maquiagem, de depilação e de cuidados com o cabelo. Essas coisas me ajudam a manter a vaidade e o clima de normalidade da vida. Quando estamos arrumadas, o moral se eleva”.

A 3º Sargento Nathiele trabalha na primeira seção e cuida da parte de pessoal do 6º Batalhão de Infantaria Leve (6º BIL). Segundo ela, as preocupações no Rio de Janeiro para manter a tropa motivada são constantes. “Fomos orientados a trazer livros e filmes. O militares do Rio recebem os familiares e nós procuramos dar folgas para o nosso pessoal”. Apesar das adversidades, todas as militares contam sobre a realização que sentem pelo que fazem: “Quando a gente vê aquela tropa de 30 homens nos respeitando, reconhecendo nosso trabalho, é muito gratificante”, disse a 3º Sargento Catia. Todas levarão consigo pontos positivos que serão úteis para o seu trabalho. 

A 3º Sargento Maria levará com ela a preocupação exaustiva com a segurança. Já a 3º Sargento Ana Karina levará a experiência de ter participado do planejamento logístico e do transporte do 6º BIL, de São Paulo para o Rio de Janeiro. Para a 3º Sargento Mariana, participar dos Jogos mudará o jeito de ver as outras pessoas: “A gente aprende a confiar a nossa vida na mão do companheiro e o outro também deixa a vida dele em nossas mãos. Eu posso não estar enxergando quem está na minha retaguarda, mas o outro está vendo por mim. Você aprende a ter mais confiança na pessoa que trabalha com você. Estou aprendendo a ter mais confiança no ser humano”.



FONTE: CCOMSEX

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