segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A situação da simulação de combate no Exército Brasileiro


Por: Redação OD

A moderna simulação de combate no Exército Brasileiro teve início em meados da década de noventa, com o trabalho pioneiro da Escola de Estado-Maior do Exército (ECEME) e do Comando de Operações Terrestres (COTER), no desenvolvimento dos primeiros simuladores computadorizados para o adestramento de Grandes Unidades. Desde então, o emprego de simuladores de diversos tipos se difundiu no âmbito da Força Terrestre e, atualmente, a simulação é utilizada nas mais diversas áreas operacionais da atividade militar.


Tradicionalmente, a simulação de combate é dividida em: simulação construtiva, na qual pessoas e equipamentos virtuais são controlados por operadores de computador (jogos de guerra); simulação virtual, onde pessoas reais operam equipamentos simulados em computador; e simulação viva, que emprega pessoas e equipamentos reais, em terrenos reais, auxiliados por sensores de diversos tipos. No início da década de noventa, a ECEME, de forma pioneira, passou a empregar o software AZUVER, para apoio durante os exercícios realizados naquela Escola, configurando-se como o embrião dos primeiros simuladores do Exército. Na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), foi implantado o primeiro simulador virtual para tiro de fuzil e pistola adquirido em mercado externo. 


Entre os simuladores construtivos pioneiros, desenvolvidos no Brasil e empregados pelo COTER no adestramento, são lembrados o SPADA, da década de 1990; o Guarani, em uso entre 2000 e 2004; o SISTAB, cuja utilização ocorreu entre 2005 e 2012; e o SABRE, para o adestramento de batalhões e regimentos, empregado entre 2005 e 2011. Atualmente, o COTER emprega o Combater, simulador construtivo para exercícios de simulação, desenvolvido a partir do software francês Sword, pela empresa RustCon. O Combater pode ser utilizado em exercícios de nível Unidade, Brigada e Divisão. Permite simular operações de combate nos diversos ambientes operacionais do território brasileiro, em exercícios que duram vários dias. Hoje em dia, tais exercícios são realizados nos Centros de Adestramento e Simulação de Posto de Comando (CAS/PC). 


Entre os simuladores dedicados a equipamentos militares destacam-se os diversos tipos empregados para o treinamento de tripulantes do Carro de Combate Leopard, fornecidos pela empresa KMW. Tais simuladores encontram-se no Centro de Instrução de Blindados (CIBld), sendo os principais: o Simulador de Procedimento de Torre (SPT), o Simulador de Procedimento de Motorista (SPM), os Treinadores Sintéticos Portáteis (TSP) e os Treinadores Sintéticos de Blindados (TSB), Treinadores Sintéticos Portáteis (TSP) Treinadores Sintéticos de Blindados (TSB) que replicam o ambiente confinado do interior do veículo, onde a guarnição enfrenta inimigos em um ambiente virtual, controlado por um instrutor.



Também no CIBld, está em operação uma rede de computadores com o simulador virtual Steel Beasts, empregado para o treinamento tático até o nível subunidade. No âmbito da simulação viva, o CIBld ainda possui um conjunto de Dispositivo de Simulação para Engajamento Tático (DSET), fabricado pela empresa sueca Saab, que permite empregar os carros Leopard sensorizados, em exercícios no terreno, com elevado grau de realismo. A nova família de blindados Guarani está sendo contemplada com diversos CBT (Computer Based Training), produzidos pela empresa brasileira eFly, que permitirão o treinamento de motoristas na operação dos diversos dispositivos da viatura. 


Em parceria com o CIBld, a Universidade Federal de Santa Maria também trabalha no projeto Simulador Guarani (SIGUA), que visa criar um simulador virtual de tecnologia nacional, para o adestramento de tripulantes do novo blindado. O Comando de Aviação do Exército também é um grande cliente de sistemas de simulação. Os pilotos do Exército utilizam simuladores de aeronave baseados no software XPlane, para o treinamento básico. Para treinamento avançado, existe o Simulador de Helicópteros Esquilo e Fennec (SHEFE), desenvolvido pela empresa brasileira Spectra, em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), que é montado em uma plataforma móvel, com seis graus de liberdade e se encontra homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para o treinamento de pilotos. 


Na cidade do Rio de Janeiro, há mais de dez anos, o Centro de Avaliação e Adestramento do Exército (CAAdEx) emprega a simulação viva, com a utilização de Dispositivo de Simulação para Engajamento Tático (DSET) no adestramento de tropas enviadas para a Missão de Paz no Haiti, assim como na avaliação operacional de frações de fuzileiros, em exercícios contra um inimigo representado por uma força oponente especialmente preparada para a avaliação. Nos últimos anos, sob a orientação do COTER, foram realizados, no Comando Militar do Sul, os primeiros exercícios simulados com a integração de simuladores vivos, virtuais e construtivos, o que coloca o EB na vanguarda da aplicação de simuladores. 


Com o surgimento do Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul), em Santa Maria (RS), será possível otimizar o emprego e a manutenção dos diversos simuladores em funcionamento no Comando Militar do Sul (CMS). O CAA-Sul reunirá, sob um único comando, o SIMAF, o Centro de Adestramento de Simulação de Postos de Comando (CAS/PC) e diversos outros simuladores em operação no CMS. A Força Terrestre aguarda, em breve, toda uma nova gama de sistemas de adestramento para entrar em operação, como o novo Astros 2020. Os novos simuladores, a manutenção e o planejamento estarão em uso no Forte Santa Bárbara, em Formosa (GO), contribuindo com o aumento da operacionalidade desse equipamento.

FONTE: Revista Verde Oliva

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