sexta-feira, 22 de julho de 2016

Vida Tática - Airsoft, a realidade chocante que não é mostrada pela TV.




Por: Yam Wanders.

Falar sobre o Airsoft, um esporte que já existe a décadas no Japão, EUA e Europa, e que é usado não só por civis mas também por militares como alternativa para o alto custo de munições reais, pode ser considerado uma óbvia dissertação propagandística por alguns, mas a intenção dessa matéria tem um objetivo sério, que aborda o conceito da atividade com muito mais seriedade do que aquele usado por muitos outros "jornalistas da imprensa marrom" que não só carecem de bom senso como certamente estão engajados com algum tipo de militância política de carácter duvidoso.


O apresentador José Luiz Datena, que já é conhecido pelo sensacionalismo barato e falta de critério e bom senso jornalístico em seu programa, já teve que dar direito de resposta em seu programa a associação de ateus e agnósticos por associar o crime à pessoas que não tem opção religiosa e aos cultos religiosos pagãos e afro-brasileiros, agora está a ofender e generalizar como criminosos milhares de brasileiros que praticam o esporte do Airsoft. Porém o mesmo também é conhecido por ter um filho com passagem por tráfico/posse de drogas e por ser simpatizante do governo da "ex-presidenta" Dilma Roussef e sua política contrária ao direito do uso de armas pelo cidadão civil. Será que as associações de Airsoft no Brasil serão forte o suficiente para conseguir um direito de resposta contra essa reportagem absurda?

Uma das muitas imagens de protesto contra o programa
Brasil Urgente que estão circulando nas redes sociais 
após a veiculação da  infeliz reportagem da TV Bandeirantes.

Nessa semana muitos tiveram o desprazer de tomar conhecimento de mais uma reportagem absurda e tendenciosa veiculada dessa vez pela TV Bandeirantes/Programa Brasil Urgente, aonde os apresentadores praticamente induzem o telespectador a crer que o "mundo do airsoft" facilita atividades criminosas e pode até induzir e/ou cooptar jovens para o crime em si. Como deixei claro no parágrafo anterior, a reportagem foi efetuada por "jornalistas" que já são conhecidos do grande público brasileiro pelo sensacionalismo e qualidade duvidosa de seus programas, mas, tomo a liberdade de explanar com insistência sobre o tema justamente pelo fato das óbvias falácias que foram divulgadas no que se pode considerar praticamente como um pronunciamento em rede nacional dada a abrangência e alcance do programa na qual a matéria foi veiculada. Certamente se mais jornalistas especializados do meio militar também tomassem essa iniciativa, a imprensa marrom pensaria duas vezes antes de insistir na veiculação de tais matérias com óbvias intenções escusas.
Equipes de Airsoft possuem pessoas dos mais diversos níveis sócio-econômicos e das mais variadas profissões, e com toda a segurança, será bem mais fácil encontrar um criminoso em uma igreja que em um Campo de Airsoft. Um dos requisitos básicos quando se formam equipes sérias são os elos de amizade, respeito e transparência entre os membros. Um elemento mal intencionado pode até enganar a todos por algum tempo, mas não o tempo todo.

Antes que me perguntem, eu sou sim praticante de esportes de tiro, e tenho a grata oportunidade de praticá-lo não só aqui no Brasil, dentro de suas respectivas regulamentações e limitações, como o pratico na França e Suíça, bem como mantenho estreito contato com amigos praticantes que moram nos EUA e Canadá. Posso não ser o maior especialista do setor, mas conheço bem o que estou falando, analiso e comparo muito as situações particulares para cada país pois já a muito tempo queria escrever mais sobre o assunto, indo mais além da superficialidade dos textos informais de redes sociais. No tocante direto ao problema brasileiro, tenho obviamente que citar o estatuto do desarmamento, que foi amplamente usado pelo governo como uma bandeira política e que todos sabem que na prática não funcionou em nada, pelo contrário, hoje o Brasil é um dos países com mais crimes e mortes no mundo com taxas de mortalidade superior a de países em guerra, e, por absurdos do "politicamente correto" usado com fins duvidosos, o Airsoft acaba sendo envolvido no cenário da violência e descontrole social gerado pelas próprias políticas governamentais desde o final dos anos 80 no Brasil.

Resumindo os fatos:

O relativismo moral da TV Bandeirantes fica óbvio quando um dos apresentadores

mais badalados da emissora participa de um jogo de Airsoft para passar a imagem 
de arrojo e aventura. Já quando se trata do cidadão comum, ai todos são qualificados
de criminosos em potencial pela reportagem do apresentador José Luiz Datena, um 
dos preferidos do atual sistema político de padrões duvidosos do politicamente correto.
A reportagem do programa Brasil Urgente deixou praticamente declarado que a venda de AEG´s* facilita a prática de crimes de assaltos e até mesmo mortes, e que pessoas que praticam o esporte tem conduta com tendência a violência. Então vamos aos fatos óbvios que pessoas bem informadas e de bom senso já sabem, mas certamente um grande público não habituado ao convívio com o esporte bem como ao meio militar/policial desconhece.

- O crime organizado no Brasil ainda é um dos maiores importadores de armas leves ilegais de todos os calibres e modelos, então, o mercado do Airsoft para eles é irrelevante. Basta ver ai qualquer reportagem sobre as ações da criminalidade e seus recursos.

- Hoje, do "bandido pé de chinelo" ao bandido profissional especializado, todos querem poder de fogo, sabem que "tiro pro alto" sempre causa o medo que eles necessitam para o impacto psicológico, na hora do "vamos ver", que bandido com um mínimo de esperteza quer ter um AEG nas mãos?

- Em média, para cada esforço de homens/dia de trabalho na tarefa policial e do EB, de fiscalização de armas legalizadas nas mãos de civis (incluíndo o Airsoft), aproximadamente 100 (ou mais) armas reais ilegais atravessam nossas fronteiras com destino ao crime organizado (informação extra-oficial colhida no meio policial/militar). 
Uma política de reforço na segurança de fronteiras marítimas e limítrofes com os demais países da América do Sul surtiria muito mais efeito do que o atual controle burocrático do Airsoft no Brasil.

- Um AEG réplica de fuzil militar custa em média entre R$1.500,00 a R5.000,00 reais, o mesmo valor de uma arma real com munição letal no mercado negro de armas no Brasil, então porquê um criminoso perderia seu tempo e dinheiro comprando uma "arma de bolinhas" se a intenção é atirar pra matar?

- Ladrões usam Airsoft? Sim tem sim ladrão usando AEG de todo tipo em roubos, e agradeça aos "céus" por isso, pois esse tipo de ladrão pode enganar o cidadão civil comum ao exibir uma AEG no assalto mas não pode enganar a Polícia na hora do confronto e da prisão, os riscos imediatos para todos estão drasticamente reduzidos. Porém saibam que roubos com  uso de réplicas de armas e AEG´s constituem uma cifra de apenas 30% dos casos.
A mídia desde seu começo é questionada pelo uso irresponsável da manipulação de imagens e sons para os mais diversos fins, sendo assim, o que o cérebro de uma pessoa pouco esclarecida ou com propensões emotivas irá pensar ou imaginar ao ver uma imagem como essa na TV? 

Qual a intenção disso? Quem ganha com isso? Em se tratando de mídia não existe nada por acaso e para a imprensa marrom jamais o "almoço vai ser de graça"...
- Existe um comportamento genérico de relativismo moral entre uma boa parcela da população, pois muitos policiais comentam informalmente que; se a população denunciasse traficantes e outros criminosos da mesma maneira que denunciam os seus vizinhos que possuem AEG´s, certamente ocorreriam muito mais prisões de criminosos realmente perigosos do que a averiguação de um praticante de Airsoft que posta as suas fotos na rede social e o vizinho fica com algum tipo de recalque e faz as autoridades perderem tempo precioso em averiguações desnecessárias.

- E finalmente; Crime é crime, não importa se foi praticado usando um fuzil de assalto, um revólver do século 18, uma faca ou uma caneta, O crime reside na ação/intenção e não naquilo que se porta ou se possui, não adianta usar o discurso moderninho do "problema social" da pobreza, desigualdade de renda ou falta de ensino de qualidade por parte do Estado.
Se podemos por a prova o carácter de uma pessoa lhe dando poder, então é obviamente claro afirmar que existe sim uma diferença de carácter entre muitos cidadãos no Brasil independente de classe social, raça, credo ou nível de instrução quando estes tem acesso as armas de fogo. 
E, se for para se guiar pelo raciocínio patético da mídia marrom e dos politicamentes correctos, então devemos acabar com o serviço militar no Brasil, pois quantos jovens chegam aos quartéis sem instrução fundamental e oriundos de estruturas sócio-familiares destroçadas, e, no serviço militar os mesmos tem contato diário com todo tipo de armamento e nem por isso se tornam criminosos, pelo contrário, nossas Forças Armadas salvam milhares de jovens de um futuro incerto através do doutrinamento militar saudável.

* AEG - Abreviação para o termo em inglês de Airsoft eletric Gun ou arma elétrica para Airsoft em suas versões mais populares.

O que se aprende no Airsoft?

O Airsoft na vivência prática vai além do simples ato de um "tiroteio" pra ver quem ganha, pois antes de tudo existe uma busca pelo realismo de ações, por uma competição tática  e estratégica onde todas suas capacidades físicas e mentais são colocadas à prova, e a parte mais importante; 
O SEU CARÁCTER É COLOCADO À PROVA! 

Como assim seu carácter é colocado à prova? 
O apresentador DJ Thayde,do programa "A Liga" também da TV bandeirantes
 já teve seu "dia de herói" ao participar de um evento de Airsoft, porém com 

um grupo que é conhecido pelo  comportamento polêmico entre a 
comunidade de Airsoft no Brasil, o que acabou por exibir uma 
reportagem de conteúdo incompleto, superficial e demonstrando 
mais uma vez o relativismo moral dos critérios do jornalismo da emissora.
Sim, seu carácter é colocado à prova não só durante os treinos e jogos como também na sua observação de conduta fora dos campos, pois algo que o público leigo desconhece é o fato que muitos militares e policiais da ativa e da reserva praticam o esporte, e, mesmo quem não é ou nunca foi militar e está no meio, é uma pessoa que cultua os valores e a conduta regrada da vida militar. Obviamente que tudo que é gerido pelo bom senso, não se colocam em campo os extremos rigores e procedimentos de uma caserna, não se direciona a convivência dentro do que se pode ser considerado uma "milícia paramilitar"*. E por incrível que pareça, não só a rede pessoal de comunicação como as redes sociais na internet acabam sendo a nossa maior ferramenta dessa avaliação de carácter de quem quer entrar ou está no mundo do Airsoft, pois o ser humano é quase sempre muito óbvio em seu comportamento na hora de postar suas fotos, e através da comunicação não verbal de cada um, aliada a experiência de vida dos praticantes sérios de Airsoft, um elemento ou mais, que não possuam uma conduta ilibada e retidão de costumes, acaba sempre sendo barrado do acesso aos campos, e, se uma vez dentro, não tem uma "vida social" próspera no mundo do Airsoft caso não se comporte de acordo. Além de toda a óbvia técnica no esporte, o Airsoft e seus praticantes sérios aprendem e praticam boas condutas como as ensinam aos mais jovens através do exemplo. 
Eu pessoalmente, prefiro que um filho/a meu frequente um campo de airsoft para "atirar nos amiguinhos" e conviva com policiais, militares e outros cidadãos de bem do que fiquem na rua ou na quadra da escola jogando futebol ou andando de skate na companhia dos traficantes do bairro...
Infelizmente existem as exceções à regra, e de tempos em tempos aparecem grupos no mundo do Airsoft que se destacam pelo "o que não se deve fazer", cometendo excessos dos mais diversos no afã de conseguir destaque na mídia, mas que acabam por prestar um "desserviço" ao esporte e influenciar negativamente novatos e observadores leigos e até mesmo autoridades policiais..

** Deixando claro que somente no Brasil a denominação "milícia" tem uma conoctação pejorativa, em países como EUA, Canadá e outros da Europa a formação de milicias é algo não só tolerado como até encontra apoio de governos e autoridades locais como um fomento a segurança pública em locais aonde o Estado não possui contingentes suficiêntes para garantir a segurança pública.



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