Por: Redação OD
Os segredos da OTAN que a
"toupeira" dos russos em Portugal - Frederico Carvalhão Gil - vendeu
às secretas de Vladimir Putin podem não ter sido apenas extraídas do SIS
(Serviço de Informações de Segurança), onde o espião estava colocado. As
autoridades, tendo em conta a data de alguns documentos apreendidos, suspeita
de que a espionagem começou há perto de dez anos, reporta hoje o "Diário
de Notícias". Depois de ter detido Carvalhão Gil e o seu
"controlador" da SVR (ex-KGB), há duas semanas em Roma, a
investigação Top Secret, conduzida pela Unidade Nacional de Contraterrorismo
(UNCT) da PJ, vai entrar numa segunda fase, porventura a mais complexa: seguir
o "rasto" de todos os documentos secretos apreendidos, identificando
todas as possíveis fontes de Carvalhão Gil.
Estas,
apurou o DN, podem não estar limitadas ao SIS, pois alguns dos relatórios
classificados da OTAN são enviados para outras entidades, entre as quais os
serviços de inteligência militar e os ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.
Os inspetores vão analisar cada um dos relatórios que ainda estavam com a
"toupeira" - foram apreendidos vários, classificados pela OTAN como
"secretos" e "muito secretos", na sua casa, em papel e
gravados em pens - e registar cada um dos organismos que os receberam no nosso
país. A partir daí segue-se a verificação sobre quem os consultou e/ou os
retirou do sistema, pois estas bases de dados registam todos os movimentos.
Uma das informações mais sensíveis e interessantes para os russos, disponível
na rede da OTAN, é toda a rede de espionagem dos aliados sobre Moscovo. Quem
está identificado como agente russos - "delegações" quer do SVR quer
do GRU (as secretas militares) nas embaixadas, hierarquicamente organizadas - é
um exemplo dos dados a que Carvalhão Gil pode ter passado, deixando a Rússia
com a vantagem de poder iludir mais facilmente o Ocidente, colocando novos
espiões insuspeitos. Segredos das bases militares da OTAN em todo o mundo,
sistemas de defesa e de comunicações são outras informações partilhadas que
podem ter caído nas mãos dos russos.
FONTE: economico.sapo.pt
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