Recentemente, nesse último domingo dia 5 de junho, tivemos a triste notícia da morte de mais um fotojornalista em trabalho, o americano David Gilkey(50 anos) encontrou a morte juntamente com o intérprete afegão que o acompanhava, Zabihullah Tamanna (38 anos), em um ataque ao veículo em que estavam, um jipe Humvee do exército afegão (não sabemos se era uma missão de patrulha ou simples deslocamento de rotina) acompanhada por David e também por outros correspondentes americanos da Agência NPR, Monika Evstatieva e Tom Bowmam, que estavam em um outro Humvee logo atrás que também foi atingido mas não chegou a sofrer danos significativos e assim não sofreram ferimentos.
De acordo com a ONG Reporters sans Frontiéres/Reporters without Borders*, somente esse ano de 2016 15 jornalistas já morreram, e desde 2015 morreram 110 jornalistas em todo o mundo, sendo que 67 morreram enquanto trabalhavam durante suas coberturas e outros 43 morreram em cirscunstâncias não esclarecidas, mas que podem ser ligadas ao trabalho jornalístico. Também temos a cifra de 27 pessoas mortas enquanto trabalhavam como jornalistas não profissionais e 7 funcionários de outras mídias diversas. Temos ainda a cifra de 54 jornalistas feitos reféns e ainda em cativeiro e um total de 787 jornalistas mortos desde 2005!
No momento em que eu terminava essa matéria(02:15h do dia 08/06/2016) tomei conhecimento da morte da radialista somaliana Sagal Salad Osmam, na cidade de Mogadíscio, ocorrida ainda em circunstâncias desconhecidas, porém tendo como suspeitos uma milícia de radicais islâmicos locais. O interessante desses dados é que muitas mortes ainda ocorrem em países que não estão em guerra, sendo o Brasil um deles onde ainda mais ocorrem mortes de jornalistas, sem contar feridos dos mais diversos níveis de gravidade.
No momento em que eu terminava essa matéria(02:15h do dia 08/06/2016) tomei conhecimento da morte da radialista somaliana Sagal Salad Osmam, na cidade de Mogadíscio, ocorrida ainda em circunstâncias desconhecidas, porém tendo como suspeitos uma milícia de radicais islâmicos locais. O interessante desses dados é que muitas mortes ainda ocorrem em países que não estão em guerra, sendo o Brasil um deles onde ainda mais ocorrem mortes de jornalistas, sem contar feridos dos mais diversos níveis de gravidade.
Parâmetros para julgar a capacitação "versus" nível de risco de cada um entre os três exemplos citados é algo difícil de imediato, pois cada ser humano e cada realidade é um mundo à parte para se contabilizar em uma avaliação inicial.
Porém o ponto final é; O quanto estamos preparados para situações extremas durante nossas atividades fotojornalísticas em um ambiênte de risco, seja em um local de ocorrência de um acidente e/ou catástrofe natural, passando por situações de rebeliões e/ou desordens civis e até o extremo de uma frente de combate?
Doutrina de preparação e sobrevivêncialismo na prática
Eu, acompanhando o treinamento de patrulha de soldados
do 2° REP da Legião Extrangeira na região de
Gorges du Tarn, França em 2009.
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Não importa o tamanho da aeronave na qual você vai viajar, saber abrir portas e escapar em situações de emergência é fundamental seja no Boeing ou no "teco-teco". |
Aonde não existe cobertura de telefonia portátil, saber estabelecer comunicação por rádio é fundamental para a segurança e para facilitar possíveis resgates. |
O básico que se pode imaginar e raciocinar para qualquer viagem aonde estaremos expostos a situações extremas eu transformei em um "check list" pessoal, mas que não tenho a pretensão de vender como verdade absoluta ou guia de referência, pois cada realidade pessoal e situação é única, mas como comentamos em ambiente aeronáutico, a velha frase SIPAER sempre vem a tona, pois "em segurança não á bandeiras nem segredos". Quem é profissional da segurança de vôo vai encontrar uma óbvia semelhança na comparação da sistemática " O homem, o meio e a máquina" nesse check list.
Sendo assim trabalho minha doutrina de "sobrevivência" dentro dos pontos do seguinte check list pessoal:
1- Fatores humanos/fisiológicos:
1.1 - Condição física; como está minha condição física atual? Estou com capacidade física que me permite correr ou fazer longas caminhadas, carregar peso, suportar desconfortos, privação de alimentação por períodos prolongados, entre outras?
1.2 - Condição de saúde; quais são minhas propensões fisiológicas que podem me incapacitar no local? Problemas digestivos, dentários, visão, o que posso prevenir e/ou remediar com medicamentos simples e sem auxílio médico?
1.3 - Condições de quem vai me acompanhar. Quem vai comigo possui limitações e como posso fazer para ajudar e/ou ser ajudado em caso de necessidade?
A importância de estar comunicável não importa aonde, eleva a
moral do grupo e pode salvar vidas. Saber usar rádios é uma obrigação pois nem sempre teremos cobertura para telefonia móvel. |
2.1 - Possuo material adequado para a viagem que farei? Tenho um bom kit de 1os socorros e material de auxílio (lanternas, comunicação, sinalização, alimentação de urgência, roupas para troca, etc...). Quais materiais posso obter facilmente no local ou não?
2.2 - Possuo conhecimento para usar os materiais que portarei, principalmente os de 1os socorros, comunicação e sinalização? Quem vai me acompanhar possui conhecimentos e capacidade para usar esses materiais?
2.3 - Quais materiais poderei transportar e usar na viagem e no local que permanecerei? O que é permitido ou não pelas autoridades locais e que podem me causar problemas? Como substituir cada ítem não permitido ou obter outros no local ?
3 - Fatores locais:
3.1 - Qual meu nível de conhecimento do local/país que irei, seu idioma, sua geografia, autoridades locais, facilidades de comunicação com meu país de origem, localização da embaixada/consulado de meu país e eventuais colaboradores civis locais?
3.2 - Qual os riscos imediatos e secundários que possivelmente ocorrerão no local/país que irei e quais ações poderão me proteger desses riscos?
3.3 - Quais meus planos A, B e C eu tenho para me evadir e retornar ao meu país ou local seguro caso tudo fuja do normal, desde uma simples situação de separação acidental de meu grupo até mesmo o extremo de ser sequestrado ou preso por forças hostis?
Observação importante: Como deixei claro anteriormente, não me considero algum grande especialista do assunto, não tenho a pretensão de "dar aula" sobre o tema, mas apenas de incentivar o debate saudável e a troca de conhecimentos com a intenção de fomentar a segurança para todos em suas atividades, não importa se o colega fotojornalista tem à sua disposição uma estrutura de alguma força militar governamental, patrocínio de vulto empresarial ou se gasta recursos pessoais para se aventurar pelo mundo em busca de suas imagens e matérias jornalísticas. O importante é que todos possam viver e voltar em segurança, e, se possível, com boas imagens e histórias para compartilhar com todos!
Atendendo à pedidos de nossos amigos, colegas e leitores em breve desenvolveremos mais sobre o assunto.
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