Por: Redação OD
A modernização das aeronaves militares C-130 da Força Aérea, que
se candidatou a fundos europeus para conseguir metade dos custos, implicará o
abate de um dos seis aparelhos da frota, soube o DN. Isso explica a opção do
ministro da Defesa, Azeredo Lopes, no recente despacho onde autoriza o chefe do
Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) a iniciar os respetivos procedimentos do
concurso, de modernizar apenas cinco dos C-130 em operação desde o final dos
anos 1970. Azeredo Lopes, num despacho anunciado no dia da primeira visita
oficial do atual Presidente da República à Força Aérea, estabeleceu um teto de
29 milhões de euros de investimento nesse programa - necessário para os C-130
poderem voltar a voar sobre a Europa sem restrições - há anos adiado.
Este concurso difere do aprovado há quatro anos pelo então
ministro da Defesa do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, que foi anulado por
ausência de candidatos, em pelo menos dois aspetos: modernizam-se cinco em vez
das seis aeronaves, o bolo financeiro é de 29 milhões (contra os 12 milhões
disponíveis em 2012). Recorde-se que, num outro despacho de fevereiro passado,
o ministro Azeredo Lopes autorizou a Força Aérea a candidatar os programas de
modernização das aeronaves C-130, Falcon 50 e Epsilon a fundos europeus. Embora
Bruxelas não financie projetos militares, está em causa a atualização de
equipamentos de voo (anticolisão, telecomunicações, aviónicos) para operar no
espaço europeu - a diferentes altitudes, velocidades, corredores aéreos - e
isso não tem natureza bélica.
No caso dos C-130, ao serviço da Força Aérea desde o final dos
anos 1970, os novos equipamentos a colocar nas aeronaves implicam modernizar
outros componentes do cockpit para garantir a compatibilidade do seu
funcionamento, precisou uma das fontes. A opção da Força Aérea em abater um dos
C-130 à sua frota é uma consequência de cumprir o objetivo de ter três
aeronaves prontas a voar com um total de cinco e não, como agora, das seis
existentes, explicou uma das fontes. O aparelho que ficará por modernizar é o
da versão longa que está parado há meses na base aérea do Montijo e que tem
"fornecido" peças para manter os outros cinco C-130 a voar.
Quanto
aos prazos: embora o Ministério da Defesa tenha previsto concluir o programa
dos C-130 até 2023, é quase certo que a Força Aérea procurará antecipar a sua
conclusão em dois a três anos, admitiu uma das fontes, baseada na relativa
rapidez da sua execução e na urgência em concluir um processo sucessivamente
atrasado nos últimos anos. Para isso contribuíram as restrições financeiras do
país - que obrigaram a cortes significativos nas horas de voo e afetaram as
qualificações das tripulações a partir de 2010 - e o investimento a fazer na
inevitável compra de novos aparelhos de transporte estratégico. Certo é que
modernizar os C-130 vai garantir-lhes pelo menos mais uma década de vida
operacional, conforme estimativas do ramo.
FONTE: Diário de Notícias
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