Por Redação OD
Não é
preciso entender muito de aviação para saber que o H-36 Caracal na
versão operacional, recebido em dezembro pela Força Aérea Brasileira,
é um helicóptero diferente. Já à primeira vista, o que se destaca é o probe de
reabastecimento em voo - uma estrutura na parte dianteira do helicóptero, que
se expande para alcançar a cesta do avião-tanque. Esse componente de apenas
3,71m coloca o Brasil entre os melhores do mundo: até agora, só França, EUA e
Arábia Saudita possuem, em suas frotas, aeronaves de asas rotativas com essa
potencialidade.
O próximo passo é
o treinamento da equipe para realizar o primeiro ensaio, junto com o KC-130
Hércules, que está previsto para outubro deste ano. “A partir do momento em que
estivermos operacionais nisso, o único fator limitador da permanência do H-36
em voo será a fadiga da tripulação”, explica o Tenente João Paulo Molina,
piloto do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), de Belém (PA), onde o helicóptero está
sendo operado. Segundo ele, uma aeronave como essa poderia ter sido utilizada
em 2009, quando um avião da Air France caiu no oceano, próximo ao arquipélago
de Fernando de Noronha, facilitando e agilizando o trabalho das equipes.
A capacidade
de reabastecimento em voo, porém, não é a única novidade que o H-36 Caracal
operacional vai trazer para a Força Aérea Brasileira. O helicóptero também está
equipado com um sistema FLIR (sigla em inglês para Forward Looking Infra-Red) -
conjunto de câmeras que permite à tripulação observar (e gravar, se necessário)
qualquer alvo em ambiente com ou sem luz. As câmeras possibilitam visualização
em infravermelho, ou seja, captam calor liberado por pessoas ou objetos,
permitindo operações muito mais complexas do que é possível com o uso de NVG
(óculos de visão noturna). Isso possibilita, por exemplo, localizar uma vítima
boiando em alto-mar a quilômetros de distância, devido à diferença de
temperatura entre a água e o corpo, ou, até mesmo, atuar no controle de
fronteiras. O FLIR já existe em outras aeronaves, como o A-29 Super Tucano, o
R-99, de reconhecimento, e o helicóptero AH-2 Sabre.
Outra potencialidade exclusiva dessa
versão é o Jet Dilution Device (JDD), equipamento que altera os
escapamentos do motor da aeronave, refrigerando-os, diminuindo, assim, as
emissões de calor da aeronave. “Isso é muito importante, pois a maior parte dos
mísseis que ameaçam helicópteros são projetados para perseguir fontes de
calor”, afirma o Tenente Molina.
FONTE: CECOMSAER
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