As forças armadas dos
Estados Unidos devem rever sua organização para melhorar a resposta às ameaças
de magnitude mundial, entre elas o grupo Estado Islâmico (EI) - declarou o
secretário americano da Defesa, Ashton Carter, nesta terça-feira. Carter propôs
a revisão da lei Goldwater-Nichols, de 1986. Essa lei estrutura a organização
das forças armadas, assim como suas relações com o poder político.
Esta "nova"
organização passaria pelo reforço da influência do chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas frente aos poderosos comandos regionais, como os do Oriente
Médio, da Ásia-Pacífico e da Europa. O combate contra o EI mostrou que "os
comandos do Oriente Médio, da Europa, da África e das Operações Especiais
deveriam coordenar seus esforços mais do que nunca", disse Carter, em um
discurso no Center for Strategic and International Studies (CSIS), um
"think tank" de Washington.
Competências como
logística, Inteligência e planejamento seriam compartilhadas entre os comandos
regionais e o Estado-Maior, para eliminar sobreposições. Além disso, o chefe do
Estado-Maior Conjunto terá o poder de fazer recomendações na hora de discutir
os recursos a serem destinados aos diferentes comandos.
Permanecerá, porém, sem
qualquer poder operacional direto. Com cerca de 4.000 militares sob sua
responsabilidade, o chefe do Estado-Maior Conjunto continuará sendo, de
qualquer maneira, o principal assessor militar do presidente dos EUA, que se
mantém fora da cadeia de comando.
Também em conferência no
CSIS, o senador republicano John McCain disse nesta terça-feira que a
estratégia de "escalada gradual" utilizada pela coalizão
internacional liderada pelos Estados Unidos para lutar contra o EI no Iraque e
na Síria é equivocada e pode levar o país a uma derrota similar à sofrida na
guerra do Vietnã, na década de 1970. Em carta dirigida a Ashton Carter, McCain
lembrou que, embora a coalizão tenha infligido algumas derrotas ao EI, os
extremistas controlam amplas faixas de território desses dois países.
FONTE: AFP(France Press)