Corveta Camaquã, que afundou no Oceano Atlântico vitimando 33 Marinheiros durante operações da Batalha do Atlântico na 2a Guerra Mundial em 1941. Imagem Marinha do Brasil. |
Por: Redação OD.
A
Política de Defesa Nacional (PND) se fundamenta “na busca da solução
pacífica das controvérsias e no fortalecimento da paz e da segurança
internacional”, considerando, porém, que o Brasil, para alcançar e
manter a plenitude de seus interesses legítimos poderá encontrar
antagonismos e enfrentar disputas. Desse modo, a PND inclui em sua
orientação estratégica que “a vertente preventiva da Defesa Nacional
reside na valorização da ação diplomática como instrumento primeiro de
solução de conflitos e em postura estratégica baseada na existência de
capacidade militar com credibilidade, apta a gerar efeito dissuasório”.
A
preparação permanentemente para a guerra em um mundo ainda eivado por
conflitos é a melhor garantia para a preservação uma paz duradoura que
assegure os interesses nacionais. A profissão militar inclui, portanto, a
garantia de um estado de paz com os demais estados nacionais que
preserve a soberania da Nação e desenvolvimento da sociedade, mesmo que
para isso a guerra nos seja imposta, e a perda de vidas inevitável.
A
Marinha do Brasil celebra a Memória dos seus Mortos em Guerra em 21 de
julho, data em que afundou por fortuna do mar a Corveta Camaquã em meio a
Batalha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial. O pequeno navio de
guerra originalmente concebido como naviomineiro, o menor dos três
navios de guerra perdidos pela Marinha do Brasil naquele conflito,
naufragou durante operação de escolta ao comboio JT-18, vitimando 33
homens.
A
Marinha envolveu-se na Segunda Guerra por mais tempo que o próprio
País, uma vez que sua participação iniciou-se em outubro de 1941, com o
posicionamento da própria Camaquã em patrulha no litoral Nordeste, e só
terminou alguns meses após o fim da guerra, depois de assegurado que o
Atlântico Sul estava efetivamente livre de submarinos desinformados
sobre o término do conflito. Durante este longo e ativo período em
operações de guerra pereceram em combate 492 militares da Marinha do
Brasil. Somam-se a estes, 982 mortos nos 33 ataques do Eixo a nossa
Marinha Mercante, redundando em 1474 mortos e desaparecidos na defesa do
tráfego marítimo nacional.
Contudo,
desde o nascimento da Nação brasileira, nossos marinheiros
apresentaram-se para defender sua soberania, tanto no limite difuso dos
mares, como nos rios que fazem nossas fronteiras. A colônia portuguesa
na América tornou-se independente sem a fragmentação política verificada
nas ex-colônias espanholas, muito graças à projeção da força do Império
brasileiro empreendida pela nossa jovem Marinha de Guerra, garantidora e
mantenedora incontestável da autonomia adquirida. Dos conflitos na
região do Prata aos levantes regionais, a Marinha esteve presente na
defesa do Império, culminando na Guerra da Tríplice Aliança, onde é
indelével a lembrança dos heróis que pereceram. Somente na Batalha Naval
do Riachuelo, 102 dos nossos marinheiros deram suas vidas para repelir o
inimigo.
Há
100 anos, nossos homens voltaram a ser chamados a lutar pelo Brasil na
Primeira Guerra Mundial. Em 1917, reagindo a perda de sete navios
mercantes afundados pela campanha submarina irrestrita do Império
alemão, decidimos enviar ao Atlântico Norte, a Divisão Naval em
Operações de Guerra (DNOG), a fim de juntar-se à frota inglesa que lá
operava. O maior inimigo encontrado pela DNOG foi a gripe espanhola, uma
praga mundial, que atingiu a força naval brasileira. A epidemia deixou
156 mortos, mas não impediu que, dominada, continuasse a DNOG a atuar no
tempo que a guerra ainda durou.
Lembremos, portanto, daqueles que, cumprindo sua obrigação de defender a Pátria, entregaram prematuramente suas vidas.
Fonte: CCSM Marinha do Brasil.
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